O legado de Santiago Ramón y Cajal - Como suas descobertas ajudaram no desenvolvimento do EEG
O legado de Santiago Ramón y Cajal - Como suas descobertas ajudaram no desenvolvimento do EEG
Friday, 10 de June de 2022
Pai da neurociência moderna e responsável pela base do conhecimento neurocientífico, as contribuições de Santiago Ramón y Cajal na compreensão do cérebro humano foram o ponto de partida para os estudos do cérebro humano. Suas investigações científicas formaram o que é conhecido de doutrina neuronal. Aliado aos conhecimentos desenvolvidos por Camilo Golgi, Cajal desenvolveu os principais conhecimentos que norteiam a neurociência.
Santiago Ramón y Cajal foi um fisiologista espanhol e juntamente com Camillo Golgi foi laureado com o prêmio Nobel de fisiologia. A tão famosa doutrina neuronal desenvolvida por Cajal em 1889 apenas foi possível devido às técnicas de coloração desenvolvidas por Camilo Golgi, conhecida como “La reazione nera” ou a reação negra. Nessa técnica, Golgi utilizava o nitrato de prata e bicromato de potássio, e a reação entre elas permitia a coloração do tecido nervoso.
Em suas observações científicas utilizando sua técnica, Golgi descreveu que o sistema nervoso apresentava o aspecto de uma rede única e conectada que se anastomosam, dessa maneira, ele deu o nome de teoria reticular. Apesar de na época ter sido um grande salto para a neurociência, Cajal discordava da teoria proposta por Golgi. Para ele, a teoria celular de Schleiden e Schwann estaria correta, na qual, todo ser vivo está formado por unidades fundamentais básicas chamadas de células.
Dessa maneira, Cajal, utilizando a técnica da coloração negra desenvolvido por Golgi observou em seus estudos científicos que na verdade o tecido nervoso não era uma rede única formando uma teia. Mas, estava formado por células, unidades básicas como havia citado a teoria celular. A essas células ele denominou neurônios. Além da descoberta das unidades básicas formadoras do sistema nervoso, Cajal fez uma grande variedade de descobertas.
Foi o responsável por identificar as estruturas que formam os neurônios. Sendo assim, a doutrina neuronal também demonstra que os neurônios estão formados pelo corpo celular, dentritos e axônios. Cajal também descobriu que os neurônios estão conectados entre si através de uma região o qual denominou de sinapse, região onde ocorre transmissão de informação entre os neurônios.
Os achados e contribuições de Cajal não param por aí, na doutrina neuronal, ele criou também a lei da polarização dinâmica. Esta discutia que os neurônios estão polarizados e se comunicam por meio de eletricidade, na qual, segundo Cajal, existe uma ordem de transmissão da informação que é recebida pelos dendritos, processa no corpo celular e é dissipada nos axônios. Essa descoberta da forma de transmissão de informação foi de grande relevância para compreender a forma de processamento da informação e comunicação entre a rede neural.
Além de todas as descobertas descritas acima, Cajal também foi o precursor sobre a capacidade da plasticidade neuronal do cérebro, o qual escreveu em seu livro intitulado “Estudios sobre la regeneración y degeneración del sistema nervioso”. Ele dizia que a ciência da época mostrava que o cérebro era fixo e imutável, e portanto, incapaz de regenerar, entretanto, que a ciência do futuro seria capaz de revelar o contrário.
Doutrina Neuronal:
Neurônios são a unidade básica do sistema nervoso
Neurônios se conectam por meio das sinapses
Neurônios são formados por dendritos, corpo celular e axônios
Polarização dinâmica
Princípio do conceito de neuroplasticidade
A contribuição científica de Cajal, foi fundamental para o entendimento do funcionamento do cérebro. Bem como, para a comunidade científica de neurocientistas modernos. Através da doutrina neuronal foi fundado os conhecimentos sobre a neuroeletrofisiologia e a capacidade de medir o potencial elétrico dos neurônios. Base primordial para que Hans Berger em 1924 desenvolvesse a técnica do EEG. A qual, até os dias atuais tem sido ferramenta importante para o estudo de patologias, funcionamento cerebral e interfaces cérebro-máquinas.
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